O inverno já se faz presente e, com ele, a preocupação da saúde dos olhos. Está aberta a temporada com maior quantidade de vírus e bactérias a circular no ar! Nesta altura do ano os agentes patogénicos proliferam-se com maior rapidez, causando doenças principalmente em crianças, idosos e pessoas com doenças crónicas, ou seja, indivíduos que no grupo de risco.
Devido ao frio, é presumível que as pessoas fiquem em lugares mais fechados, favorecendo a disseminação destes agentes. Em simultâneo, o tempo fica seco, um fator que favorece viroses e alergias respiratórias. Entre as doenças mais comuns desta estação estão assim: a gripe, as constipações, a bronquite e a pneumonia.
E não se esqueça, o tempo seco e os vírus também afetam comummente os olhos.
Quais são as doenças oculares comuns no inverno?
Alergias oculares
Na estação fria as pessoas tendem a ficar mais próximas e em ambientes fechados, facilitando a disseminação de alergénicos, como ácaros, pólen, fumaça e poeira. Qualquer pessoa pode desenvolver alergias oculares, mas é mais comum em portadores de asma, rinite e outros tipos de alergia.
Os sintomas mais comuns são comichão e vermelhidão nos olhos, lacrimejar, ardência, sensação de areia na superfície ocular, fotofobia (sensibilidade a luz) e irritação. Nestes casos, é preciso identificar qual é o agente causador da alergia e se afastar dele. Assim, procure um oftalmologista para que o mesmo possa escrever medicamentos de uso tópico, como gotas oftálmicas lubrificantes.
Conjuntivites
As conjuntivites podem ser causadas por patogénicos, como os vírus e bactérias, como também serem de origem alérgica.
- A conjuntivite alérgica não é contagiosa, uma vez que os sintomas foram desencadeados por uma resposta exacerbada do sistema imune da pessoa a algum alergénico.
- Já as conjuntivites virais e bacterianas são contagiosas, transmitidas através do contacto do olho com secreções ou contacto de um olho contaminado.
Em todas, o quadro apresenta-se como uma inflamação da conjuntiva (membrana transparente que cobre os olhos) e da mucosa que cobre a parte interna das pálpebras. Assim, há vermelhidão no local, comichão e lacrimejar. Também pode ocorrer formação de secreção ou crosta ao redor dos olhos, sendo que na conjuntivite viral essa secreção é branca e em pouca quantidade. Já na conjuntivite bacteriana há secreção em abundância de cor amarelada.
A conjuntivite alérgica é, normalmente, acompanhada por espirros, assim não apresenta perigo. Já nas conjuntivites de origem viral e bacteriana é preciso procurar um médico oftalmologista para ser feito o tratamento correto.
Síndrome do olho seco
A exposição frequente no inverno a lugares fechados e com baixa humidade, assim como ao pó, poluição, ar seco e ao ar frio dos aparelhos de ar-condicionado podem causar a síndrome do olho seco. Esta doença é caracterizada pela decréscimo da produção de lágrimas ou, ainda, a não produção de alguns compostos desse líquido.
Entre os principais sintomas estão: ardor, sensação de areia dentro dos olhos, irritação, dificuldade para ficar em ambientes com ar-condicionado, visão embaciada, sensação de secura nos olhos e sensibilidade a luz.
Procure um oftalmologista para apontar as medidas para melhorar os sintomas. De modo geral, é prescrito gotas oftálmicas lubrificantes e alguns compostos de ingestão oral para potencializar o poder de hidratação da lágrima.
Como zelar a saúde dos olhos no inverno?
1. Lave as roupas da cama e cobertores
Antes da chegada do inverno é importante tomar alguns cuidados em relação às roupas da cama e cobertores, assim como das roupas de lã. Contudo, se não o fez antes da estação começar, ainda está a tempo!
Estas peças devem ser lavadas com sabões neutros, de modo a evitar cheiros que podem causar sintomas alérgicos. Após a lavagem deve deixar as peças secarem ao sol para eliminar ácaros e outros patogénicos, preservando a saúde dos olhos no inverno.
2. Limpe a casa regularmente
É importante evitar o acúmulo de pó nas residências, principalmente em ambientes climatizados. Artigos como as cortinas, tapetes, peluches, livros e outros, são objetos que comummente acumulam pó, ácaros e outros.
Assim, se possível, é aconselhável que o ambiente seja o mais arejado possível, de modo a evitar a propagação de vírus e outros agentes que possam causar doenças oculares.
3. Humedeça o ambiente
Principalmente durante a noite é aconselhado humedecer o ambiente, o que pode ser feito com aparelhos próprios ou até com uma toalha humedecida sobre uma cadeira. Esta ação é essencial para combater o tempo seco, um dos agentes que propiciam o aparecimento de doenças.
O ar-condicionado é um aparelho que retira a humidade do ar do espaço, e assim, devido a essa característica, é aconselhado evitar o aparelho ligado durante a noite.
4. Não partilhe objetos
As doenças podem ser disseminadas quando há contacto entre os olhos do doente com outro objeto que entre em contacto com os olhos de outra pessoa. Assim, é essencial não partilhar alguns objetos de uso pessoal, como toalhas de rosto e mantas.
O mesmo é válido para itens de maquilhagem, como esponjas, rimmel, sombras, pestanas postiças e qualquer outro objeto de beleza que tenha contacto íntimo com os olhos.
5. Tenha cuidado com os olhos
Pessoas que usam lentes de contacto não devem usá-las se estiverem com sintomas irritativos nos olhos. Além disso, deve tomar cuidado extra com a limpeza desses itens e não dormir com as lentes nos olhos.
Ao sinal de sintomas, cuidado ao coçar os olhos, visto que movimentos agressivos podem causar lesões às estruturas delicadas do globo ocular. Procure um médico oftalmologista para tirar dúvidas e assim realizar o tratamento correto!