Num olho normal, a córnea e o cristalino projetam a luz exatamente sobre a retina, formando a imagem corretamente. O nome desta condição é “emetropia”, ou seja, quando está tudo certo com o seu olho.
Quando este caso não acontece, surgem as chamadas “ametropias”, a miopia, a hipermetropia e o astigmatismo. Estas não são consideradas doenças, porém são defeitos que atrapalham a visão e requerem o uso de óculos.
Miopia
A pessoa com miopia, geralmente, tem o globo ocular maior que o normal. Assim, a córnea e o cristalino criam o foco das imagens antes da retina. Isto gera dificuldade no paciente para ver ao longe.
Este problema costuma manifestar-se ainda na infância, ou na segunda década de vida, evoluindo progressivamente, até o paciente atingir mais ou menos os vinte anos de idade.
Um estudo realizado na Malásia mostrou a importância dos óculos corretos para pacientes com miopia. Nesta pesquisa, noventa e quatro crianças míopes foram divididas em dois grupos. Onde o primeiro recebeu óculos com graduação correta para o seu caso, e o segundo recebeu óculos com graduação abaixo do ideal.
O que a pesquisa revelou foi que as crianças que usaram óculos mais fracos tiveram uma maior evolução da sua miopia. Nenhum estudo comprovou que haja diferença entre usar óculos de graduação inferior e não usar óculos.
Em adultos míopes, não há nenhuma pesquisa que aponte relação entre o uso incorreto dos óculos e o aumento do grau. Mas o indivíduo pode sentir outros problemas, como dores de cabeça e olhos ressecados.
Hipermetropia
Nos olhos do indivíduo que sofre de hipermetropia, as imagens são formadas depois da retina. Esta consequência resulta numa dificuldade para ver os objetos perto dos olhos, afetando a leitura, por exemplo.
Antigamente acreditava-se que, forçando a visão do paciente, a graduação pudesse diminuir. No entanto, nenhuma pesquisa comprovou a relação entre o uso das lentes corretivas e a regressão do defeito.
Assim, deixar de usar os óculos, neste caso, não aumenta a graduação. Contudo, como no caso dos míopes, pode causar desconfortos.
Astigmatismo
Os olhos de quem tem astigmatismo possuem córneas com uma pequena deformidade, influenciando a luz a ser direcionada para diferentes pontos da retina. O resultado, na visão, são imagens sem contornos bem definidos e, em algumas vezes, o paciente vê tudo duplicado.
O uso dos óculos, ou o ato de deixar de usá-los, não mudará a estrutura dos olhos nem da córnea. Por isso, o paciente com astigmatismo não sente um aumento na graduação se não os usar.
O que pode acontecer, no entanto, é o individuo perceber com mais clareza a necessidade da correção quando começa a usar os óculos. Quando está sem eles, percebe como a visão é melhor com a correção e o quanto é mais cómodo usá-los. Isso pode dar uma falsa sensação de que a visão piora sem as lentes, mas é apenas um efeito puramente psicológico.
Correção do grau da visão em crianças
Os problemas de visão merecem uma atenção especial quando os pacientes são crianças, já que todo o organismo da criança está em constante desenvolvimento.
Os olhos precisam de “aprender a ver”. Crianças com problemas de visão requerem óculos corretos para que a retina saiba o que é uma imagem nítida. Sem esta correção, a criança corre o risco de desenvolver o chamado “olho preguiçoso”. Também aumentam os riscos de desenvolver estrabismo, comprometendo o aprendizado.
Óculos “piratas” ou mal colocados
Se usa corretamente os seus óculos, mas ainda sente desconfortos, o problema pode estar justamente nos óculos. Certamente já viu óculos de leitura a serem vendidos fora de óticas, a um preço bem acessível. Mas, neste caso, o barato pode sair mais caro.
Além da graduação, um bom par de óculos precisa de respeitar a distância que há entre o nariz e o centro dos olhos. Essa distância varia de pessoa para pessoa, e é fundamental para a formação correta das imagens.
Quando a distância naso-pupilar dos óculos está errada, pode sentir os mesmos desconfortos de quando não usa óculos. Dores de cabeça, lacrimejar, olhos secos, ardor, visão turva e tonturas são alguns deles.
Além disso, a melhor pessoa para avaliar a sua visão e prescrever o tratamento correto é o seu oftalmologista.
Óculos escuros
Mesmo não tendo graduação, os óculos escuros “piratas” também fazem muito mal aos olhos. Eles dilatam as pupilas e, sem os filtros adequados, deixam uma grande quantidade de raios UVA e UVB penetrarem nos olhos. O resultado pode envolver doenças como catarata, inflamação e descamação da córnea.
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